Postado por: Leonardo Matos

A cúpula da ONU sobre mudança climática (COP15), realizada em Copenhague, chegou a um acordo de mínimos neste último sábado (19). Após doze dias de negociações, os países aprovaram uma carta de intenções para tentar de redução dos gases do efeito estufa. A decisão foi tomada após uma sessão plenária que se estendeu durante toda a madrugada deste sábado, na qual um pequeno grupo de países bloqueou o "Acordo de Copenhague", nome que foi dado ao texto, porque este não contava com objetivos específicos de redução de emissões de gases de efeito estufa. Após um breve recesso, o presidente da cúpula tomou a decisão de considerar o "Acordo de Copenhague", especificando, no entanto, quais eram os países de acordo com o documento. O acordo, que não é obrigatório, prevê US$ 30 bilhões em financiamento para os países pobres para combater a mudança climática nos próximos três anos. o texto também definiu de onde sairão os recusrsos para a execução do “plano”: os Estados Unidos vão contribuir com US$ 3,6 bilhões no período de três anos, 2010-12. Durante o mesmo período, o Japão vai contribuir com US$ 11 bilhões e a União Europeia com US$ 10,6 bilhões. O plano não especifica qual deve ser o corte de emissões necessário para alcançar a meta de dois graus Celsius, considerado um limite para evitar mudanças climáticas mais perigosas, como enchentes, deslizamentos de terra, tempestades de areia e elevação do nível dos oceanos.
Para que pudesse se transformar em um acordo da ONU, o texto deveria ser adotado por unanimidade pelos 192 países presentes na conferência. Mas o texto - que estava sendo negociado desde quinta-feira e foi fechado na sexta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama foi duramente criticado como ilegítimo por países como Nicarágua, Tuvalu, Cuba, Bolívia, Sudão e Venezuela. A presidência da conferência anunciou que incluirá uma lista dos países contrários ao texto. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que vai trabalhar "para transformar este texto em um tratado legalmente vinculativo em 2010". "Talvez não seja tudo que esperávamos, mas esta decisão da conferência das partes é uma etapa essencial", afirmou Ban.
Resta saber quais serão as atitudes tomadas pelos países - chaves para que as negociações ocorram de forma aberta e clara nas reuniões intermediárias até a COP 16!